“Este livro nasceu do que eu só posso descrever como uma profunda frustração pessoal com a cultura de trabalho da ciência psicológica… As janelas estão sujas e opacas. O telhado tem goteiras e não vai conseguir manter a chuva de fora por muito tempo. Monstros vivem nas catacumbas… Depois de passar 15 anos na psicologia e em sua prima, a neurociência cognitiva, cheguei mesmo assim a uma conclusão aterradora. Se continuarmos assim, então a psicologia vai perder prestígio como ciência e poderia até mesmo desaparecer. Se ignorarmos os sinais de alerta agora, em cem anos ou menos a psicologia poderá ser considerada como mais uma numa longa linha de indulgências acadêmicas bizarras, da mesma forma como agora pensamos da alquimia e da frenologia. Nossos descendentes sorrirão tolerantemente diante desse bolsão de antiguidade acadêmica, balançarão a cabeça sabiamente uns para os outros sobre a protociência que foi a psicologia, e concluir que fomos sujeitos às “limitações daquele tempo”. Obviamente, poucas ciências têm chance de sobreviver ao julgamento da história, mas é pelas nossas práticas de pesquisa, em vez de pelas descobertas, que a psicologia será julgada mais impiedosamente. E esse julgamento será o seguinte: como tantas outras ciências “moles”, nós nos encontramos presos numa cultura em que a aparência de ser ciência foi vista como uma substituição adequada para a prática de fazer ciência.”
O estado deplorável da ciência psicológica
O estado deplorável da ciência psicológica
O estado deplorável da ciência psicológica
“Este livro nasceu do que eu só posso descrever como uma profunda frustração pessoal com a cultura de trabalho da ciência psicológica… As janelas estão sujas e opacas. O telhado tem goteiras e não vai conseguir manter a chuva de fora por muito tempo. Monstros vivem nas catacumbas… Depois de passar 15 anos na psicologia e em sua prima, a neurociência cognitiva, cheguei mesmo assim a uma conclusão aterradora. Se continuarmos assim, então a psicologia vai perder prestígio como ciência e poderia até mesmo desaparecer. Se ignorarmos os sinais de alerta agora, em cem anos ou menos a psicologia poderá ser considerada como mais uma numa longa linha de indulgências acadêmicas bizarras, da mesma forma como agora pensamos da alquimia e da frenologia. Nossos descendentes sorrirão tolerantemente diante desse bolsão de antiguidade acadêmica, balançarão a cabeça sabiamente uns para os outros sobre a protociência que foi a psicologia, e concluir que fomos sujeitos às “limitações daquele tempo”. Obviamente, poucas ciências têm chance de sobreviver ao julgamento da história, mas é pelas nossas práticas de pesquisa, em vez de pelas descobertas, que a psicologia será julgada mais impiedosamente. E esse julgamento será o seguinte: como tantas outras ciências “moles”, nós nos encontramos presos numa cultura em que a aparência de ser ciência foi vista como uma substituição adequada para a prática de fazer ciência.”